domingo, 3 de abril de 2016

Débora Dias | Rosânia Castro

Tema: Planejamento Urbano



Resumo: A notícia foi postada pelo canal G1 e relata pontos relacionados à mobilidade urbana e à economia municipal. Os quais precisam ser discutidos dentro dos parâmetros de planejamento urbano e planos diretores.
A cidade em questão é Aracaju – SE, mas ao ler a matéria é fácil encontrar semelhanças com outros centros urbanos. Onde a ocupação das calçadas faz com que os pedestres tenham que se arriscar andando pelo meio da rua, onde comerciantes (lojistas e ambulantes) insistem em abrir suas portas sem autorização prévia da prefeitura e também onde a ocupação do espaço público avança desenfreada trazendo consigo a marginalização e o acúmulo de lixo.
“Precisamos pensar na cidade como um todo, um conjunto onde dependemos de pessoas para vivermos bem, onde a organização é dever de todos os cidadãos. Pois só assim teremos uma cidade organizada, limpa e com acessibilidade.” _ Márcio Oliveira (Arquiteto e Urbanista).

Resenha Crítica: Os desafios urbanos a serem enfrentados pelas gestões dos municípios brasileiros são enormes. A questão da apropriação indevida do espaço público é um grande problema nos centros urbanos. De caçambas de entulho e carros estacionados nas calçadas a vendedores ambulantes sem alvará de funcionamento, são exemplos de ações que prejudicam o funcionamento das vias e dificultam a circulação de pedestres. O Plano Diretor e o Estatuto das Cidades são instrumentos fundamentais para o planejamento urbano e levam em conta uma política de desenvolvimento e expansão urbana. Planejamento tal que caracteriza os usos de áreas comerciais, residenciais ou industriais. A Constituição Federal de 1988 define que as prefeituras municipais organizem o espaço a ser usado por cada tipo de público. As áreas de ocupação devem ser estudadas pelos Planos Diretores de forma a beneficiar a todos e a cidade deve ser pensada como um todo e em conjunto, não de forma singular e individual. 

Estatuto da Cidade

Resumo: Na metade século XX a descoberta dos centros urbanos pela população rural da origem a um movimento migratório onde a população das cidades um crescimento inesperado originando a cidades com falta de infraestrutura, trabalho, serviços públicos e qualidade de vida, dando origem a conglomerados com predomínio de violência, pobreza, desigualdade. 
O Estatuto das Cidades 2001),  determinou prazos e critérios para criação do Plano Diretor em cidades com mais de 20.000 habitantes, integrantes de regiões metropolitanas, definindo a obrigatoriedade da  participação popular em sua elaboração e criando instrumentos pra permitir aos gestores municipais a construção de uma cidade onde propriedade urbana atenda a sua função social. Conglomerados urbanos passam ser voltados para o bem estar dos habitantes.

Resenha Crítica:  Com Estatuto das Cidades os gestores passaram a ter ferramentas para legislar de forma mais democrática. Com participação popular obrigatória na definição da gestão das cidades, aumenta bastante a ocupação democrática dos centros urbanos, mas não lhes garante sucesso absoluto, pois muitas vezes os gestores públicos se deixam levar por interesses de grupos empresariais, promovendo a gentrificação. Podem surgir também outros problemas como o que aconteceu no Balneário de Camboriú, onde, apesar da alta densidade da orla, o Estatuto da Cidade deixou livre o gabarito das construções, promovendo assim a instalação de edifícios excessivamente altos em lotes pequenos. O que ocasionou mais um problema. A sombra na orla, que praticamente inviabiliza a permanência na praia, no  final da tarde. À partir deste exemplo fica perceptível que, agora, apesar de existir ferramentas para viabilizar a ocupação democrática do território urbano, caberá a todos os envolvidos (participação popular, gestões municipal, estadual e federal) o sucesso da aplicação destes instrumentos.


Tema: Organização Social das Cidades



Resumo: O vídeo foi desenvolvido pelo Canal ILB e traz estatísticas relacionadas ao investimento de empresas em uma das áreas de maior visibilidade do terceiro setor: a ação social de empresas. Em países emergentes como o Brasil, grande parte dos recursos que seriam destinados à publicidade e marketing é aplicado em programas sociais. Trabalhar com a população carente melhora a imagem da empresa e atraem novos clientes que se preocupam com quem não recebe assistência do Estado.

Resenha Crítica: A ação social de empresas é uma área de grande evidência em meio ao Terceiro Setor. São empresas que destinam fundos aos programas sociais e de certa forma ganham maior visibilidade e credibilidade diante dos clientes. Esse tipo de ação engloba empresas que atuam em regiões carentes, que produzem de forma socialmente responsável ou que não comercializem produtos que utilizem mão de obra infantil em sua linha de produção, por exemplo. Fortalecer vínculos com a população local também é importante para empresas. O Terceiro Setor atualmente gera mais empregos do que cargos públicos via concursos, e o envolvimento de empresas com programas sociais gera satisfação e menores índices de rotatividade entre os empregados. Seriam maiores os benefícios para a comunidade ou para as empresas? Diante de uma filosofia onde se poderia julgar o que é correto, empresas doariam fundos para tais programas se em troca não recebessem em troca tantas vantagens? 


Resumo: O Barão de Haussmann, que, nomeado por Napoleão III, em 1853, foi prefeito de Paris por 17 anos. Acabou ficando conhecido mundialmente como um dos maiores modernizadores urbanos do Ocidente.
Suas reformas foram, inicialmente, tinham objetivo militar, objetivando liberar o tecido urbano para facilitar manobras militares. Pretendia também dar à cidade um ar de modernidade, mesmo que para isto, tenha sido necessário demolir várias edificações existentes e eliminar bairros considerados degradados. As ruas receberam iluminação, arborização e um elaborado sistema de esgotos que atende toda a cidade, até nos dias de hoje. Seus trabalhos de renovação foram polêmicos, mas posteriormente, foram reconhecidos e serviram de inspiração para outras cidades, como Buenos Aires, Rio de Janeiro e Nova York.

Resenha Crítica:  As ações de Haussmann e a forma ditatorial que adotou quando as conduziu, ainda são criticadas, mas é inegável que foram importantes e necessárias, inclusive por terem resolvido dois problemas muito sérios, da cidade, na época: a insalubridade e a circulação.
Pela primeira vez alguém pensou o planejamento urbano de forma política estratégica, porém nem um pouco democrática. Estas mudanças que permanecem até hoje, fizeram de Paris um grande símbolo modernidade em sua época. Preocupado com o embelezamento da cidade e a repressão dos movimentos populares, ele erradicou a presença dos cortiços na cidade. Neste sentido, a reforma urbana, promovida no Rio de Janeiro Por Pereira Passos, guarda enorme semelhança com que aconteceu em Paris.


Tema: Urbanização



Resumo: Uma área urbana geralmente se expande sobre um lugar que guarda história, se forma a partir de um núcleo. A cidade se torna viva quando conseguimos observar e compreender sua dinâmica e a movimentação das pessoas. Com o processo de urbanização acelerado, não são todas as regiões dentro do espaço urbano que permanecem dentro de uma linha de planejamento que seja favorável a todos. A divisão capitalista do espaço urbano semeia a desigualdade entre a organização social e a espacial, deixando a mercê aqueles que não têm o capital necessário para “ser alguém”. Além de residirem em péssimas condições, essas populações tem dificuldade de acesso aos recursos que garantem o bem-estar-social, como transporte, habitação, emprego, educação, saúde, lazer, saneamento básico, meios de comunicação e assistência social.

Resenha Crítica: O processo de urbanização acelerado reflete a desigualdade da divisão de espaços e de recursos. O Art. 2º do Capítulo I do Estatuto da Cidade estabelece diversas diretrizes que são voltadas para a organização do desenvolvimento das funções sociais da cidade. Os Parágrafos III, IX e XIV deixam claro como a situação Urbanização x População de Baixa Renda realmente deveria ser encarada.
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

Mas o crescimento das cidades é capitalista e se dá com o intuito de atender as moradias para a população que cresce cada vez mais e para gerar espaço para as atividades comerciais.


Resumo: O Brasil é um país onde a maioria da população é urbana, mas, este fato não é garantia de qualidade de vida. Seu processo de urbanização ocorreu de forma rápida e desorganizada gerando muitos problemas difíceis de serem resolvidos. De acordo com o IBGE, este processo está relacionado ao êxodo rural promovido pela industrialização do país favorecendo a expansão do comércio e dos serviços, dando origem às metrópoles, que cresceram de maneira desordenada, sem planejamento e sem infraestrutura trazendo diversas consequências como: favelização, falta de emprego, poluição das águas, excesso de produção de lixo sem descarte adequado, deficiência no transporte urbano e um certo abandono por parte do poder público.
Como tentativa de enfrentar as dificuldades decorrentes das conurbações surgiram as regiões metropolitanas. Os sistemas de interligações das cidades umas com as outras é denominado Rede Urbana.

Resenha Crítica: Nos países desenvolvidos, o processo de urbanização, normalmente se deu após as revoluções industriais, aconteceram de forma mais lenta, possibilitando uma estrutura melhor e mais duradoura, enquanto nos países subdesenvolvidos, que é o nosso caso, normalmente aconteceu após a 2ª Guerra Mundial, de maneira muito acelerada gerando em alguns países a existência um fenômeno conhecido como ”macrocefalia urbana".
No Brasil, só após a Constituição de 1988 que posteriormente deu origem à aprovação do  Estatuto da Cidade, surgiram instrumentos que permitem viabilizar a criação e a reorganização dos grandes núcleos urbanos de forma mais democrática e humana, de forma a garantir os direitos e a melhoria qualidade de vida dos moradores das grandes cidades.


Tema: Habitação Social


Casa Quilombola

Resumo: O projeto Casa Quilombola é uma ação inédita do governo do Paraná para atender cerca de 80 comunidades de descendentes de escravos no estado, desenvolvido pela Companhia de habitação do Paraná (Cohapar)  foi premiado com o selo de Mérito 2008 da associação brasileira de Cohabs (aBC). O projeto, que inclui também planejamento de escolas, acesso viário, esgoto e energia elétrica, obteve destaque entre os demais de moradias de interesse social do país.
 _ pág. 38 e 39

Resenha Crítica: O Projeto Casa Quilombola chama a atenção por não ser apenas um projeto social habitacional voltado para a população de baixa renda. Ele é um projeto de habitação social criado para atender descendentes de escravos no estado do Paraná. São famílias que vivem em situação precária nos quilombos. As habitações atuais onde essas famílias “sobrevivem” são quase na sua totalidade de pau-a-pique revestidas de barro, chão batido, com poucos móveis e geralmente com as cozinhas do lado de fora das casas. Entende-se que o povo quilombola possui uma grande ligação com suas raízes culturais, então o projeto visa tirar essas famílias de uma situação precária de moradia sem que isso afete o estilo de vida já existente naquela comunidade. As habitações do projeto possuem 54 metros quadrados e serão construídas de acordo com estudos feitos por técnicos da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná), auxiliados pelo grupo de trabalho Clóvis Moura.

Quinta Monroy / ELEMENTAL

Resumo: Neste projeto, encomendado pelo Governo Regional de Tarapacá, no Chile, o escritório de Arquitetura, Elemental, executou o projeto conhecido como "Quinta Monray". Para atender um programa do Ministério de Habitação  onde cada família teria direito a receber um subsídio a fim de financiar a compra do terreno e a infraestrutura da casa, o escritório adotou uma solução engenhosa. Eles construíram casas pequenas, preparadas para dobrar de tamanho após ampliação.  As construções foram adensadas de forma a acolher entre o espaço público (ruas e calçadas) o privado (a moradia) e o espaço coletivo, o que também favoreceu o convívio social.
Ao juntar o dinheiro de todos os subsídios, foi possível manter o terreno e construir a metade mais barata das edificações permitindo assim que as famílias continuassem instaladas em uma região estrategicamente localizada nas proximidades da urbe evitando assim que acontecesse o processo conhecido como gentrificação.

Resenha Crítica: Este projeto rendeu ao arquiteto Alejandro Aravena o título de vencedor do Prêmio Pritzker 2016. O interessante nesta proposta, é que o arquiteto criou um projeto onde o alto adensamento permitia a aquisição do terreno. Agrupou as famílias em grupos menores de forma que permitisse um possível acordo de convivência  entre os moradores sem eliminar as redes sociais existentes. Usou também a estratégia de introduzir entre as ruas e as moradias, um espaço coletivo, porém de acesso restrito.
Pensou numa habitação para família de classe média, mas baixou o custo ao deixar parte da construção por conta de cada morador, permitindo a adequação e personalização da moradia. Uma forma inteligente e perspicaz, embora corra o risco de após as modificações assumir uma aparência de cortiço.


Tema: Habitação de Interesse Social



Resumo: O presente artigo busca contribuir para a compreensão das condições políticas e econômicas que possibilitaram a execução da política de remoção de favelas promovida pela Ditadura Civil-Militar instaurada em 1964, no então Estado da Guanabara, bem como o entendimento de como este plano seguia pressupostos estruturados na conjuntura democrática anterior, a partir da permanência do estigma de favelado como alguém marginal, ilegal e sem ‘direito à cidade’. Dessa forma, o artigo destaca como ideias e teses sobre o favelado eram expostas pelas autoridades sem que pudessem ser questionadas pelos diversos atores, com a remoção de favelas se consolidando como praticamente a única política de Estado para as favelas cariocas no período 1968-1973.

Resenha Crítica: A política de segregação promovida nos anos 1960 pelo Governo Federal determinava a remoção dos favelados das áreas centrais – e valorizadas - da Cidade do Rio de Janeiro. Com o número de habitantes tendo dobrado em 10 anos e passando a corresponder a cerca de 10% da população total da cidade, os que viam a favela como um inconveniente a ser resolvido. Preocupavam-se com o embelezamento da cidade diante dos contrastes dos edifícios com os barracos. De forma a solucionar a problemática local, inicia-se  medidas para que desse partida a uma ampla oferta de habitações populares com a criação do BNH (Banco Nacional de Habitação) em 1964. O Jornal do Brasil chegou a publicar em uma de suas edições que “não há o que se urbanizar na favela, onde tudo é condenado”. Acontece que dentre os principais contrários à remoção estavam os moradores que não aceitavam a remoção e lutavam pela melhoria das condições urbanas do local onde viviam. A conquista da casa própria para famílias de baixa renda devolve a elas a confiança, abre janelas para novos horizontes e as inserem novamente na sociedade.


Resumo: A Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais - COHAB MINAS, foi criada em 18 de agosto de 1965, coo sociedade de economia mista. Seu objetivo era combater o déficit habitacional e promover a urbanização das favelas. O Governo de Minas, através da COHAB e em parceria com os municípios e o Governo Federal, continua trabalhando, sem no entanto, conseguir atender à demanda de habitação de interesse social existente.
O ciclo que iniciou em 1012 vai até 2030, sendo foco do processo estratégico a longo prazo do Estado. Para tal, utiliza recursos do Governo de Minas Gerais, com parcerias dos municípios e do Governo Federal.

Resenha Crítica: Inicialmente, como havia maior facilidade de recursos, a COHAB Minas, construiu inúmeros conjuntos populares, mas acabou não conseguindo atender  a demanda para o qual foi criada e quase 40 após sua criação, passa a trabalhar em parceria com os municípios e programas como o MCMV, para atender, principalmente as famílias com rendimento entre 1 e 3 salários mínimos. De modo geral, suas construções são grandes conjuntos habitacionais, com residências unifamiliares demandando terrenos grandes, o que de certa forma determina, em função da especulação imobiliária, que sejam construídos distantes das cidades.  Este modelo tem sido motivo de muitas críticas, mas a tendência natural é que seja remodelado de forma a adotar a verticalização afim de usar lotes menores dentro da malha urbana.


Tema: Habitação de Interesse Social



Resumo: A matéria, do jornal 'Folha de São Paulo', mostra como um município se torna excelente em suas finanças públicas, mas peca pela má distribuição dessa renda. A base da Petrobrás gera trabalhos qualificados e eleva padrão em parte da cidade, mas impulsiona favelização. 

Resenha Crítica: A instalação de uma multinacional em determinadas regiões traz a esperança de melhorias na qualidade de vida local, mas na prática isso pode não acontecer. Em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, a Petrobrás faz a cidade crescer com a ampliação de empresas fornecedoras e de novos serviços. A cidade ganha shoppings, Universidades e imóveis de alto valor aquisitivo, mas expansão do município traz junto a si problemáticas urbanas como o trânsito caótico, a falta de saneamento, a favelização, o comércio informal e a violência. Isso se deve a esperança de disponibilidade de vagas no setor petroleiro, por parte da população que vem do interior de outros estados e de cidades vizinhas, mas a Petrobrás exige qualificação que muitos não possuem. Quando chegam à cidade e não conseguem emprego o que resta é ocupar áreas invadidas. O Parágrafo IV do Art. 3º do Primeiro Capítulo do Estatuto da Cidade diz que compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso públicoLogo a instalação de uma empresa de grande porte deveria vir acompanhada de toda uma infraestrutura elaborada e executada pelo Estado.


Resumo: O Programa Vila Viva é um programa de intervenção urbanística estruturante e integrada que foi implantado no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, MG. Entre outras, engloba obras de saneamento, remoção de famílias das áreas de risco, reestruturação do sistema viário e urbanização dos becos. O programa, que tem melhorado a qualidade de vida dos moradores nos locais onde é aplicado já foi aplicado em várias outras comunidades. Em outubro de 2008, em Sidney, na Austrália, o programa teve seu sucesso reconhecido pela Associação Mundial de Metrópoles quando foi considerado uma das três melhores políticas públicas do mundo.

Resenha Crítica: O programa faz um profundo estudo das vilas e favelas, pois este diagnóstico é fator prioritário antes da definição de quais as ações serão tomadas e para tal, contam com a participação da população. Desta forma tem conseguido melhorar significativamente a qualidade de vida de das pessoas que vivem nas comunidades, pois o programa engloba também ações de cunho social, desenvolvimento comunitário, educação sanitária e ambiental e geração de trabalho e renda. Apesar do reconhecimento internacional e de incontáveis elogios por parte de moradores, o programa tem sofrido críticas como se estivessem seguindo interesses imobiliários e promovendo remoções forçadas de alguns moradores. Vale observar se estes fatos são verídicos, mas é importante resaltar que em casos tão complexos é impossível atender a todos, sendo necessário priorizar os interesses da grande maioria.


Tema: Habitação de Interesse Social



Resumo: A arquiteta Elisabete França apresentou um panorama histórico da produção de Habitação de Interesse Social, passando por exemplos clássicos da habitação moderna no mundo, em diversas obras icônicas: o britz-hof, o Weissenhof Estate, o Karl-Marx-Hof e o Pedregulho, no Rio de Janeiro.

Resenha Crítica: A arquiteta Elizabete França abre uma discussão sobre a habitação social do Modernismo ao Pós Modernismo, numa linha de raciocínio de como as pessoas são obrigadas a gostar da cidade como elas são. Além de fazer questionamentos como: Porque os assentamentos precários causam tanto impacto na sociedade e porque aparecem nas páginas de jornal como locais de ausência, carência e violência? No geral as favelas não seguem normas ambientais de zoneamento e uso do solo, os moradores se apropriam de um terreno sem consentimento do proprietário por falta de alternativa e o padrão de vida precário foge do padrão das “cidades ideais”. Apesar de não ocuparem lugar nos padrões de “vida ideal”, a grande maioria dos habitantes de favelas se declara felizes, não gostariam de sair do lugar onde moram, recebem parentes e amigos em casa e afirmam pertencer à classe média, apesar de considerar o local onde moram violento e serem alvos de preconceito. 


Resumo: O BNH foi uma empresa pública, cujo objetivo era financiar a produção de empreendimentos imobiliários e a gestão do FGTS. Criado em 21 de agosto de 1964, era sediada em Brasília. Inicialmente era uma autarquia federal e em 1971 passou a ser uma empresa pública de direito privado com patrimônio próprio permanecendo no Ministério do Interior. O BNH tinha seus administradores nomeados pelo Presidente da República. Em 21 de novembro de 1986, o banco foi extinto. Apesar de ter financiado mais de 4,5 milhões de moradias, nos seus 22 anos de existência, o programa não conseguiu atender à demanda de habitação para a população de baixa renda. Outros fatores como, inadimplência e escândalos financeiros também contribuíram para sua extinção.  Todos os seus direitos e obrigações foram repassados para CEF.

Resenha Crítica: O BNH (Banco Nacional de Habitação) surgiu como forma de facilitar o financiamento e construção de unidades habitacionais voltadas para os setores sociais, da mesma forma como acontece atualmente com a Caixa Econômica Federal. Os cargos eram preenchidos por diretores, conselheiros e presidente que eram eleitos por meio de eleições que ocorriam de dois em dois, três em três ou de quatro em quatro anos. O Grupo Delfin interviu nas Sociedades de Crédito Imobiliário em 1983 por meio de decreto do Banco Central. O objetivo era transferir as contas dos depositantes para as agências da Caixa Econômica Federal até que o Grupo Delfin quitasse sua dívida de 80 bilhões de cruzeiros com o BNH. O grupo tentava quitar as dívidas desde 1979 e 1982, fecharam um acordo em que seriam entregues dois terrenos para quitar uma dívida de 60 bilhões de cruzeiros que o grupo ainda devia. Porém os terrenos valiam 9 bilhões e o grupo tentou vender pelo preço de mercado. Quando o Caso foi parar na imprensa os clientes que tinham caderneta com receio de um possível desfalque sacou seu dinheiro e o grupo faliu, ainda hoje existem clientes que não conseguiram recuperar seu dinheiro. As fraudes que envolveram o Grupo Delfin e o BNH levaram a sua extinção em 1986, estima-se que somente 33% das moradias construídas beneficiaram setores populares. A corrupção e as fraudes no poder público não são recentes e a impressão é que a proporção se torna maior quando se trata de projetos e/ou programas sociais que deveria alcançar e auxiliar a população de baixa renda, visando inseri-las novamente na sociedade de forma justa e igualitária.  



Tema: Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA)


Formação das Regiões Metropolitanas Brasileira

Resumo: Para entender a formação das Regiões Metropolitanas Brasileiras, inicialmente, é necessário compreender o processo de urbanização. Castells, descreve o processo de  metropolização como expansão intensiva  e extensiva de uma região. Onde uma cidade central exerce grande influência sobre as adjacentes, sendo portanto necessário que haja alto grau de  integração política, financeira e cultural  entre os municípios envolvidos. A união de várias regiões metropolitanas dá origem as megalópoles. No Brasil as RM surgiram, no entorno das grandes capitais, por definição de Lei Federal, em 1973. Com elas, surgiram também muitos problemas sociais. Mas Milton Santos, defende que alguns fatores podem remeter à Involução Metropolitana, evitando assim a explosão das metrópoles.

Resenha Crítica:  Em 1973, dentro da estratégia desenvolvimentista do regime militar, foram criadas as 9 primeiras metrópoles brasileiras, onde o objetivo principal era forjar uma unidade nacional, mas o modelo administrativo altamente centralizado que foi adotado comprometeu o poder decisório dos municípios. Após a Constituição de 1988, a incumbência destas unidades político-administrativas, passa a ser de responsabilidade dos estados o que, por ausência de critérios, promoveu a eclosão de novas Regiões Metropolitanas, com grandes disparidades qualitativas e quantitativas, onde muitas delas sequer possuíssem população suficiente para justificar sua existência. Atualmente, a obrigatoriedade de elaboração dos Planos Diretores dos conglomerados urbanos com mais de 20.000 habitantes, espera-se que s democratização e a participação popular na tomada das decisões, faça com que estas regiões metropolitanas juntem os esforços para promover o bem comum.


Resumo: Em entrevista dada a à Agência Minas, em Julho de 2015, Carlos magno, o Diretor- geral da Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA), apontou os desafios encontrados para promover a integração de todos os municípios que o integram. Ele, que participou integralmente do processo de elaboração do plano diretor da  região, atestou  que a maior dificuldade foi mostrar aos municípios  que a institucionalização da região metropolitana não representa usurpação da autonomia municipal e a elaboração de um Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado que preserve a identidade de cada município e seja possível de ser implantado. Informa que das 4 etapas para elaboração do PDDI, o do Vale do Aço já está na última. e que está na vanguarda do planejamento metropolitano e que vê com muito otimismo a possibilidade de implementação do que está sendo proposto

Resenha Crítica: A RMVA é uma das duas regiões metropolitanas existente em Minas Gerais. A outra é a de Belo Horizonte. É uma região metropolitana complexa por ser formada por um total de 4 cidades e mais 24 com compõem seu colar metropolitano, sendo que nenhum deles tem as características necessárias para ser reconhecida como cidade polo, ficando este papel a cargo de Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso. Este fator pode se tornar um pouco mais complexa a gestão dos interesses, é importante perceber que nestes casos, todas as decisões devem ser tomadas visando o bem coletivo de todos os municípios envolvidos. Ao longo do processo foram abertas discussões de como manter a identidade de cada município promovendo integração entre eles, mas quando se pensa na região como um todo se desenvolve um sentimento que pertencimento que vai além do seu município. Entre as propostas de desenvolvimento da região estão a atração de empresas para investimentos, o turismo e a promoção da integração com o colar metropolitano. No entanto fazer com que todas as decisões sejam tomadas visando o bem coletivo de todos os municípios torna complexa a gestão de interesses. Missão difícil, mas não impossível.

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