Tema: Planejamento Urbano
Resumo: A notícia foi postada pelo canal G1 e relata pontos relacionados à
mobilidade urbana e à economia municipal. Os quais precisam ser discutidos
dentro dos parâmetros de planejamento urbano e planos diretores.
A cidade em questão é Aracaju – SE,
mas ao ler a matéria é fácil encontrar semelhanças com outros centros urbanos.
Onde a ocupação das calçadas faz com que os pedestres tenham que se arriscar
andando pelo meio da rua, onde comerciantes (lojistas e ambulantes) insistem em
abrir suas portas sem autorização prévia da prefeitura e também onde a ocupação
do espaço público avança desenfreada trazendo consigo a marginalização e o
acúmulo de lixo.
“Precisamos pensar na cidade como um todo, um conjunto onde dependemos de pessoas para vivermos bem, onde a organização é dever de todos os cidadãos. Pois só assim teremos uma cidade organizada, limpa e com acessibilidade.” _ Márcio Oliveira (Arquiteto e Urbanista).
“Precisamos pensar na cidade como um todo, um conjunto onde dependemos de pessoas para vivermos bem, onde a organização é dever de todos os cidadãos. Pois só assim teremos uma cidade organizada, limpa e com acessibilidade.” _ Márcio Oliveira (Arquiteto e Urbanista).
Resenha Crítica: Os desafios urbanos a serem enfrentados pelas
gestões dos municípios brasileiros são enormes. A questão da apropriação
indevida do espaço público é um grande problema nos centros urbanos. De caçambas
de entulho e carros estacionados nas calçadas a vendedores ambulantes sem
alvará de funcionamento, são exemplos de ações que prejudicam o funcionamento
das vias e dificultam a circulação de pedestres. O Plano Diretor e o Estatuto
das Cidades são instrumentos fundamentais para o planejamento urbano e levam em
conta uma política de desenvolvimento e expansão urbana. Planejamento tal que caracteriza
os usos de áreas comerciais, residenciais ou industriais. A Constituição Federal
de 1988 define que as prefeituras municipais organizem o espaço a ser usado por
cada tipo de público. As áreas de ocupação devem ser estudadas pelos Planos
Diretores de forma a beneficiar a todos e a cidade deve ser pensada como um
todo e em conjunto, não de forma singular e individual.
Estatuto da Cidade
Resumo: Na metade século XX a descoberta dos centros
urbanos pela população rural da origem a um movimento migratório onde a
população das cidades um crescimento inesperado originando a cidades com falta
de infraestrutura, trabalho, serviços públicos e qualidade de vida, dando
origem a conglomerados com predomínio de violência, pobreza, desigualdade.
O Estatuto das Cidades 2001), determinou prazos e critérios para criação do
Plano Diretor em cidades com mais de 20.000 habitantes, integrantes de regiões
metropolitanas, definindo a obrigatoriedade da
participação popular em sua elaboração e criando instrumentos pra
permitir aos gestores municipais a construção de uma cidade onde propriedade
urbana atenda a sua função social. Conglomerados urbanos passam ser voltados
para o bem estar dos habitantes.
Resenha Crítica: Com Estatuto das Cidades os gestores
passaram a ter ferramentas para legislar de forma mais democrática. Com
participação popular obrigatória na definição da gestão das cidades, aumenta
bastante a ocupação democrática dos centros urbanos, mas não lhes garante
sucesso absoluto, pois muitas vezes os gestores públicos se deixam levar por
interesses de grupos empresariais, promovendo a gentrificação. Podem surgir
também outros problemas como o que aconteceu no Balneário de Camboriú, onde,
apesar da alta densidade da orla, o Estatuto da Cidade deixou livre o gabarito
das construções, promovendo assim a instalação de edifícios excessivamente
altos em lotes pequenos. O que ocasionou mais um problema. A sombra na orla,
que praticamente inviabiliza a permanência na praia, no final da tarde. À partir deste exemplo fica
perceptível que, agora, apesar de existir ferramentas para viabilizar a
ocupação democrática do território urbano, caberá a todos os envolvidos
(participação popular, gestões municipal, estadual e federal) o sucesso da
aplicação destes instrumentos.
Tema: Organização Social das Cidades
Resumo: O vídeo foi desenvolvido pelo Canal ILB e traz estatísticas relacionadas
ao investimento de empresas em uma das áreas de maior visibilidade do terceiro
setor: a ação social de empresas. Em países emergentes como o Brasil, grande
parte dos recursos que seriam destinados à publicidade e marketing é aplicado
em programas sociais. Trabalhar com a população carente melhora a imagem da
empresa e atraem novos clientes que se preocupam com quem não recebe
assistência do Estado.
Resumo: O Barão de Haussmann,
que, nomeado por Napoleão III, em 1853, foi prefeito de Paris por 17 anos.
Acabou ficando conhecido mundialmente como um dos maiores modernizadores
urbanos do Ocidente.
Suas
reformas foram, inicialmente, tinham objetivo militar, objetivando liberar o
tecido urbano para facilitar manobras militares. Pretendia também dar à cidade
um ar de modernidade, mesmo que para isto, tenha sido necessário demolir várias
edificações existentes e eliminar bairros considerados degradados. As ruas
receberam iluminação, arborização e um elaborado sistema de esgotos que atende
toda a cidade, até nos dias de hoje. Seus
trabalhos de renovação foram polêmicos, mas posteriormente, foram reconhecidos
e serviram de inspiração para outras cidades, como Buenos Aires, Rio de Janeiro
e Nova York.
Resenha Crítica: As ações de
Haussmann e a forma ditatorial que adotou quando as conduziu, ainda são
criticadas, mas é inegável que foram importantes e necessárias, inclusive por
terem resolvido dois problemas muito sérios, da cidade, na época: a
insalubridade e a circulação.
Pela
primeira vez alguém pensou o planejamento urbano de forma política estratégica,
porém nem um pouco democrática. Estas mudanças que permanecem até hoje, fizeram
de Paris um grande símbolo modernidade em sua época. Preocupado
com o embelezamento da cidade e a repressão dos movimentos populares, ele
erradicou a presença dos cortiços na cidade. Neste sentido, a reforma urbana,
promovida no Rio de Janeiro Por Pereira Passos, guarda enorme semelhança com
que aconteceu em Paris.
Tema: Urbanização
Resumo: Uma área urbana geralmente se expande sobre um
lugar que guarda história, se forma a partir de um núcleo. A cidade se torna
viva quando conseguimos observar e compreender sua dinâmica e a movimentação
das pessoas. Com o processo de urbanização acelerado, não são todas as regiões
dentro do espaço urbano que permanecem dentro de uma linha de planejamento que
seja favorável a todos. A divisão capitalista do espaço urbano semeia a
desigualdade entre a organização social e a espacial, deixando a mercê aqueles
que não têm o capital necessário para “ser alguém”. Além de residirem em
péssimas condições, essas populações tem dificuldade de acesso aos recursos que
garantem o bem-estar-social, como transporte, habitação, emprego, educação,
saúde, lazer, saneamento básico, meios de comunicação e assistência social.
Resenha Crítica: O processo de urbanização acelerado reflete
a desigualdade da divisão de espaços e de recursos. O Art. 2º do Capítulo I do Estatuto da Cidade estabelece diversas diretrizes que
são voltadas para a organização do desenvolvimento das funções sociais da
cidade. Os Parágrafos III, IX e XIV deixam claro como a situação Urbanização x
População de Baixa Renda realmente deveria ser encarada.
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais
setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse
social;
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de
baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso
e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da
população e as normas ambientais;
Mas o
crescimento das cidades é capitalista e se dá com o intuito de atender as
moradias para a população que cresce cada vez mais e para gerar espaço para as
atividades comerciais.
Resumo: O Brasil é um país
onde a maioria da população é urbana, mas, este fato não é garantia de
qualidade de vida. Seu processo de urbanização ocorreu de forma rápida e
desorganizada gerando muitos problemas difíceis de serem resolvidos.
De acordo com o IBGE, este processo está relacionado ao êxodo rural promovido
pela industrialização do país favorecendo a expansão do comércio e dos
serviços, dando origem às metrópoles, que cresceram de maneira desordenada, sem
planejamento e sem infraestrutura trazendo diversas consequências como:
favelização, falta de emprego, poluição das águas, excesso de produção de lixo
sem descarte adequado, deficiência no transporte urbano e um certo abandono por
parte do poder público.
Como
tentativa de enfrentar as dificuldades decorrentes
das conurbações surgiram as regiões metropolitanas. Os sistemas
de interligações das cidades umas com as outras é denominado Rede Urbana.
Resenha Crítica: Nos países
desenvolvidos, o processo de urbanização, normalmente se deu após as revoluções
industriais, aconteceram de forma mais lenta, possibilitando uma estrutura
melhor e mais duradoura, enquanto nos países subdesenvolvidos, que é o nosso
caso, normalmente aconteceu após a 2ª Guerra Mundial, de maneira muito
acelerada gerando em alguns países a existência um fenômeno conhecido como
”macrocefalia urbana".
No Brasil, só após a Constituição de 1988 que
posteriormente deu origem à aprovação do
Estatuto da Cidade, surgiram instrumentos que permitem viabilizar a criação
e a reorganização dos grandes núcleos urbanos de forma mais democrática e
humana, de forma a garantir os direitos e a melhoria qualidade de vida dos
moradores das grandes cidades.Tema: Habitação Social
Resumo: O projeto Casa Quilombola é uma ação
inédita do governo do Paraná para atender cerca de 80 comunidades de
descendentes de escravos no estado, desenvolvido pela Companhia de habitação do
Paraná (Cohapar) foi premiado com o selo de Mérito 2008 da
associação brasileira de Cohabs (aBC). O projeto, que inclui também
planejamento de escolas, acesso viário, esgoto e energia elétrica, obteve
destaque entre os demais de moradias de interesse social do país.
_ pág. 38 e 39
Resenha Crítica: O Projeto Casa Quilombola
chama a atenção por não ser apenas um projeto social habitacional voltado para
a população de baixa renda. Ele é um projeto de habitação social criado para atender
descendentes de escravos no estado do Paraná. São famílias que vivem em situação
precária nos quilombos. As habitações atuais onde essas famílias “sobrevivem”
são quase na sua totalidade de pau-a-pique revestidas de barro, chão batido,
com poucos móveis e geralmente com as cozinhas do lado de fora das casas.
Entende-se que o povo quilombola possui uma grande ligação com suas raízes
culturais, então o projeto visa tirar essas famílias de uma situação precária
de moradia sem que isso afete o estilo de vida já existente naquela comunidade.
As habitações do projeto possuem 54 metros quadrados e serão construídas de
acordo com estudos feitos por técnicos da Cohapar (Companhia de Habitação do
Paraná), auxiliados pelo grupo de trabalho Clóvis Moura.
Quinta Monroy / ELEMENTAL
Resumo: Neste projeto,
encomendado pelo Governo Regional de Tarapacá, no Chile, o escritório de
Arquitetura, Elemental, executou o projeto conhecido como "Quinta
Monray". Para atender um programa do Ministério de Habitação onde cada família teria direito a receber um
subsídio a fim de financiar a compra do terreno e a infraestrutura da casa, o
escritório adotou uma solução engenhosa. Eles construíram casas pequenas,
preparadas para dobrar de tamanho após ampliação. As construções foram adensadas de forma a
acolher entre o espaço público (ruas e calçadas) o privado (a moradia) e o
espaço coletivo, o que também favoreceu o convívio social.
Ao juntar o
dinheiro de todos os subsídios, foi possível manter o terreno e construir a
metade mais barata das edificações permitindo assim que as famílias
continuassem instaladas em uma região estrategicamente localizada nas
proximidades da urbe evitando assim que acontecesse o processo conhecido como
gentrificação.
Resenha Crítica: Este projeto rendeu ao arquiteto Alejandro Aravena o título de vencedor do Prêmio Pritzker
2016. O
interessante nesta proposta, é que o arquiteto criou um projeto onde o alto
adensamento permitia a aquisição do terreno. Agrupou as famílias em grupos
menores de forma que permitisse um possível acordo de convivência entre os moradores sem eliminar as redes
sociais existentes. Usou também a estratégia de introduzir entre as ruas e as
moradias, um espaço coletivo, porém de acesso restrito.
Pensou numa
habitação para família de classe média, mas baixou o custo ao deixar parte da
construção por conta de cada morador, permitindo a adequação e personalização
da moradia. Uma forma
inteligente e perspicaz, embora corra o risco de após as modificações assumir
uma aparência de cortiço.
Tema: Habitação de Interesse Social
Resumo: O presente artigo busca contribuir para a compreensão das condições
políticas e econômicas que possibilitaram a execução da política de remoção de
favelas promovida pela Ditadura Civil-Militar instaurada em 1964, no então
Estado da Guanabara, bem como o entendimento de como este plano seguia pressupostos
estruturados na conjuntura democrática anterior, a partir da permanência do
estigma de favelado como alguém marginal, ilegal e sem ‘direito à cidade’.
Dessa forma, o artigo destaca como ideias e teses sobre o favelado eram
expostas pelas autoridades sem que pudessem ser questionadas pelos diversos
atores, com a remoção de favelas se consolidando como praticamente a única
política de Estado para as favelas cariocas no período 1968-1973.
Resenha
Crítica: A política de segregação promovida nos anos 1960 pelo Governo Federal
determinava a remoção dos favelados das áreas centrais – e valorizadas - da
Cidade do Rio de Janeiro. Com o número de habitantes tendo dobrado em 10 anos e
passando a corresponder a cerca de 10% da população total da cidade, os que
viam a favela como um inconveniente a ser resolvido. Preocupavam-se com o
embelezamento da cidade diante dos contrastes dos edifícios com os barracos. De
forma a solucionar a problemática local, inicia-se medidas para que desse partida a uma ampla
oferta de habitações populares com a criação do BNH (Banco Nacional de
Habitação) em 1964. O Jornal do Brasil chegou a publicar em uma de suas edições
que “não há o que se urbanizar na favela, onde tudo é condenado”. Acontece que
dentre os principais contrários à remoção estavam os moradores que não
aceitavam a remoção e lutavam pela melhoria das condições urbanas do local onde
viviam. A conquista da casa própria para famílias de baixa renda devolve a elas
a confiança, abre janelas para novos horizontes e as inserem novamente na
sociedade.
Resumo: A Companhia de
Habitação do Estado de Minas Gerais - COHAB MINAS, foi criada em 18 de agosto
de 1965, coo sociedade de economia mista. Seu objetivo era combater o déficit
habitacional e promover a urbanização das favelas. O Governo de Minas, através
da COHAB e em parceria com os municípios e o Governo Federal, continua
trabalhando, sem no entanto, conseguir atender à demanda de habitação de
interesse social existente.
O ciclo que
iniciou em 1012 vai até 2030, sendo foco do processo estratégico a longo prazo
do Estado. Para tal, utiliza recursos do Governo de Minas Gerais, com parcerias
dos municípios e do Governo Federal.
Resenha Crítica: Inicialmente, como
havia maior facilidade de recursos, a COHAB Minas, construiu inúmeros conjuntos
populares, mas acabou não conseguindo atender
a demanda para o qual foi criada e quase 40 após sua criação, passa a
trabalhar em parceria com os municípios e programas como o MCMV, para atender,
principalmente as famílias com rendimento entre 1 e 3 salários mínimos. De modo
geral, suas construções são grandes conjuntos habitacionais, com residências
unifamiliares demandando terrenos grandes, o que de certa forma determina, em
função da especulação imobiliária, que sejam construídos distantes das
cidades. Este modelo tem sido motivo de
muitas críticas, mas a tendência natural é que seja remodelado de forma a
adotar a verticalização afim de usar lotes menores dentro da malha urbana.
Tema: Habitação de Interesse Social
Resumo: A matéria,
do jornal 'Folha de São Paulo', mostra como um município se
torna excelente em suas finanças públicas, mas peca pela má distribuição dessa
renda. A base da Petrobrás gera trabalhos qualificados e eleva padrão em
parte da cidade, mas impulsiona favelização.
Resenha Crítica: A instalação de uma multinacional em
determinadas regiões traz a esperança de melhorias na qualidade de vida local,
mas na prática isso pode não acontecer. Em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro,
a Petrobrás faz a cidade crescer com a ampliação de empresas fornecedoras e de
novos serviços. A cidade ganha shoppings, Universidades e imóveis de alto valor
aquisitivo, mas expansão do município traz junto a si problemáticas urbanas
como o trânsito caótico, a falta de saneamento, a favelização, o comércio
informal e a violência. Isso se deve a esperança de disponibilidade de vagas no
setor petroleiro, por parte da população que vem do interior de outros estados
e de cidades vizinhas, mas a Petrobrás exige qualificação que muitos não
possuem. Quando chegam à cidade e não conseguem emprego o que resta é ocupar
áreas invadidas. O Parágrafo IV do Art. 3º do Primeiro Capítulo do Estatuto da
Cidade diz que compete à União, entre outras atribuições de interesse da
política urbana instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana que incluam regras de acessibilidade aos
locais de uso público. Logo a instalação de uma empresa de grande porte deveria vir acompanhada
de toda uma infraestrutura elaborada e executada pelo Estado.
Resumo: O Programa Vila
Viva é um programa de intervenção urbanística estruturante e integrada que foi
implantado no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, MG. Entre outras, engloba
obras de saneamento, remoção de famílias das áreas de risco, reestruturação do sistema
viário e urbanização dos becos. O programa, que tem melhorado a qualidade de
vida dos moradores nos locais onde é aplicado já foi aplicado em várias outras
comunidades. Em outubro de 2008, em Sidney, na Austrália, o programa teve seu
sucesso reconhecido pela Associação Mundial de Metrópoles quando foi
considerado uma das três melhores políticas públicas do mundo.
Resenha Crítica: O programa faz um
profundo estudo das vilas e favelas, pois este diagnóstico é fator prioritário
antes da definição de quais as ações serão tomadas e para tal, contam com a
participação da população. Desta forma tem conseguido melhorar
significativamente a qualidade de vida de das pessoas que vivem nas comunidades,
pois o programa engloba também ações de cunho social, desenvolvimento
comunitário, educação sanitária e ambiental e geração de trabalho e renda. Apesar do
reconhecimento internacional e de incontáveis elogios por parte de moradores, o
programa tem sofrido críticas como se estivessem seguindo interesses
imobiliários e promovendo remoções forçadas de alguns moradores. Vale observar
se estes fatos são verídicos, mas é importante resaltar que em casos tão
complexos é impossível atender a todos, sendo necessário priorizar os
interesses da grande maioria.
Tema: Habitação de Interesse Social
Resumo: A arquiteta Elisabete França apresentou um panorama histórico da produção
de Habitação de Interesse Social, passando por exemplos clássicos da habitação
moderna no mundo, em diversas obras icônicas: o britz-hof, o Weissenhof Estate,
o Karl-Marx-Hof e o Pedregulho, no Rio de Janeiro.
Resenha Crítica: A arquiteta Elizabete França abre uma
discussão sobre a habitação social do Modernismo ao Pós Modernismo, numa linha
de raciocínio de como as pessoas são obrigadas a gostar da cidade como elas
são. Além de fazer questionamentos como: Porque os assentamentos
precários causam tanto impacto na sociedade e porque aparecem nas páginas de
jornal como locais de ausência, carência e violência? No geral as favelas não
seguem normas ambientais de zoneamento e uso do solo, os moradores se apropriam
de um terreno sem consentimento do proprietário por falta de alternativa e o
padrão de vida precário foge do padrão das “cidades ideais”. Apesar de não
ocuparem lugar nos padrões de “vida ideal”, a grande maioria dos habitantes de
favelas se declara felizes, não gostariam de sair do lugar onde moram, recebem
parentes e amigos em casa e afirmam pertencer à classe média, apesar de
considerar o local onde moram violento e serem alvos de preconceito.
Resumo: O BNH foi uma
empresa pública, cujo objetivo era financiar a produção de empreendimentos
imobiliários e a gestão do FGTS. Criado em 21 de agosto de 1964, era sediada em
Brasília. Inicialmente era uma autarquia federal e em 1971 passou a ser uma
empresa pública de direito privado com patrimônio próprio permanecendo no
Ministério do Interior. O BNH tinha seus administradores nomeados pelo
Presidente da República. Em 21 de novembro de 1986, o banco foi extinto. Apesar de ter
financiado mais de 4,5 milhões de moradias, nos seus 22 anos de existência, o
programa não conseguiu atender à demanda de habitação para a população de baixa
renda. Outros fatores como, inadimplência e escândalos financeiros
também contribuíram para sua extinção. Todos os seus direitos e obrigações
foram repassados para CEF.
Resenha Crítica: O BNH (Banco Nacional de Habitação) surgiu como forma de facilitar o
financiamento e construção de unidades habitacionais voltadas para os setores
sociais, da mesma forma como acontece atualmente com a Caixa Econômica Federal.
Os cargos eram preenchidos por diretores, conselheiros e presidente que eram
eleitos por meio de eleições que ocorriam de dois em dois, três em três ou de
quatro em quatro anos. O Grupo Delfin interviu nas Sociedades de Crédito Imobiliário
em 1983 por meio de decreto do Banco Central. O objetivo era transferir as
contas dos depositantes para as agências da Caixa Econômica Federal até que o
Grupo Delfin quitasse sua dívida de 80 bilhões de cruzeiros com o BNH. O grupo
tentava quitar as dívidas desde 1979 e 1982, fecharam um acordo em que seriam
entregues dois terrenos para quitar uma dívida de 60 bilhões de cruzeiros que o
grupo ainda devia. Porém os terrenos valiam 9 bilhões e o grupo tentou vender
pelo preço de mercado. Quando o Caso foi parar na imprensa os clientes que
tinham caderneta com receio de um possível desfalque sacou seu dinheiro e o
grupo faliu, ainda hoje existem clientes que não conseguiram recuperar seu
dinheiro. As fraudes que envolveram o Grupo Delfin e o BNH levaram a sua
extinção em 1986, estima-se que somente 33% das moradias construídas
beneficiaram setores populares. A corrupção e as fraudes no poder público não
são recentes e a impressão é que a proporção se torna maior quando se trata de
projetos e/ou programas sociais que deveria alcançar e auxiliar a população de
baixa renda, visando inseri-las novamente na sociedade de forma justa e
igualitária.
Tema: Região
Metropolitana do Vale do Aço (RMVA)
Formação das Regiões Metropolitanas Brasileira
Resumo: Para entender a
formação das Regiões Metropolitanas Brasileiras, inicialmente, é necessário
compreender o processo de urbanização. Castells, descreve o processo de metropolização como expansão intensiva e extensiva de uma região. Onde uma cidade
central exerce grande influência sobre as adjacentes, sendo portanto necessário
que haja alto grau de integração
política, financeira e cultural entre os
municípios envolvidos. A união de
várias regiões metropolitanas dá origem as megalópoles. No Brasil
as RM surgiram, no entorno das grandes capitais, por definição de Lei
Federal, em 1973. Com elas, surgiram também muitos problemas sociais. Mas Milton
Santos, defende que alguns fatores podem remeter à Involução Metropolitana,
evitando assim a explosão das metrópoles.
Resenha Crítica: Em 1973, dentro da
estratégia desenvolvimentista do regime militar, foram criadas as 9 primeiras
metrópoles brasileiras, onde o objetivo principal era forjar uma unidade
nacional, mas o modelo administrativo altamente centralizado que foi adotado
comprometeu o poder decisório dos municípios. Após a Constituição de 1988, a
incumbência destas unidades político-administrativas, passa a ser de
responsabilidade dos estados o que, por ausência de critérios, promoveu a
eclosão de novas Regiões Metropolitanas, com grandes disparidades qualitativas
e quantitativas, onde muitas delas sequer possuíssem população suficiente para
justificar sua existência. Atualmente,
a obrigatoriedade de elaboração dos Planos Diretores dos conglomerados urbanos
com mais de 20.000 habitantes, espera-se que s democratização e a participação
popular na tomada das decisões, faça com que estas regiões metropolitanas juntem
os esforços para promover o bem comum.
Resumo: Em entrevista dada
a à Agência Minas, em Julho de 2015, Carlos magno, o Diretor- geral da Agência
da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA), apontou os desafios encontrados
para promover a integração de todos os municípios que o integram. Ele, que
participou integralmente do processo de elaboração do plano diretor da região, atestou que a maior dificuldade foi mostrar aos
municípios que a institucionalização da
região metropolitana não representa usurpação da autonomia municipal e a elaboração
de um Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado que preserve a identidade de
cada município e seja possível de ser implantado. Informa que das 4 etapas para
elaboração do PDDI, o do Vale do Aço já está na última. e que está na vanguarda
do planejamento metropolitano e que vê com muito otimismo a possibilidade de
implementação do que está sendo proposto
Resenha Crítica: A RMVA é uma das duas regiões metropolitanas existente em Minas
Gerais. A outra é a de Belo Horizonte. É uma região metropolitana complexa por
ser formada por um total de 4 cidades e mais 24 com compõem seu colar
metropolitano, sendo que nenhum deles tem as características necessárias para
ser reconhecida como cidade polo, ficando este papel a cargo de Ipatinga,
Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso. Este fator pode se tornar um
pouco mais complexa a gestão dos interesses, é importante perceber que nestes
casos, todas as decisões devem ser tomadas visando o bem coletivo de todos os
municípios envolvidos. Ao longo do processo foram abertas discussões de como
manter a identidade de cada município promovendo integração entre eles, mas
quando se pensa na região como um todo se desenvolve um sentimento que
pertencimento que vai além do seu município. Entre as propostas de desenvolvimento
da região estão a atração de empresas para investimentos, o turismo e a
promoção da integração com o colar metropolitano. No entanto fazer com que
todas as decisões sejam tomadas visando o bem coletivo de todos os municípios
torna complexa a gestão de interesses. Missão difícil, mas não impossível.
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