TEMA 01:
Planejamento Urbano:
http://www.envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/planejamento-urbano-e-crucial-para-preservar-biodiversidade/
Resumo:
A
reportagem gira em torno do estudo divulgado pelo Convênio das Nações Unidas
sobre a Diversidade Biológica (CDB), em que eles elaboram dados que informam
que até 2030 mais de 60% da população mundial viverá em áreas urbanas, e
elaboram também questões que refletem a necessidade e a responsabilidade da
cidade em pensar em áreas de preservação da biodiversidade.
Durante a reportagem há discussões sobre os efeitos da preservação e também sobre como poderiam ocorrer iniciativas na cidade que favoreçam a biodiversidade.
Também é retrato as dificuldades e desafios ao lidar com o impacto sobre as áreas rurais, modificando meios de sustento, estilos de vida, padrões de consumo e geração de lixo.
Durante a reportagem há discussões sobre os efeitos da preservação e também sobre como poderiam ocorrer iniciativas na cidade que favoreçam a biodiversidade.
Também é retrato as dificuldades e desafios ao lidar com o impacto sobre as áreas rurais, modificando meios de sustento, estilos de vida, padrões de consumo e geração de lixo.
Análise Crítica:
O
problema ambiental que vem crescendo no mundo é um reflexo da falta de
organização e planejamento da biodiversidade na cidade. Percebe-se cada vez
mais uma dedicação a setorizar áreas para lazer, cultura, e principalmente para
comércios e indústrias, mas a necessidade da preservação ambiental é deixada de
lado, já que é associada a mais custo e não a mais lucro. A gestão da cidade
cada vez é pensada para áreas de economia e esquece que a diversidade biológica
pode trazer muitos benefícios para a área urbana. Hoje, já é possível perceber
como ignorar a preservação ambiental tem trazido efeitos negativos, como uma
climatização desordenada, além de que a cidade não conseguecontrolar os efeitos
causadas pela poluição. A reportagem mostra como ignorar esse fato pode ser
prejudicial em longo prazo e que como as cidades podem estar fadadas em um
período de menos de 20 anos.
https://erminiamaricato.files.wordpress.com/2012/09/urbanizacao-brasileira.pdf
Resumo:
Ermínia
Maricato mostra nesse texto que o déficit habitacional é resultado de uma combinação
de transformações socioeconômicas com deficiência do planejamento urbano de
gerir as questões de interesse público, principalmente das classes mais
desfavorecidas. O Brasil tem um histórico de desigualdade acompanhado pela
ausência do poder público com iniciativas para reverter o quadro. Limpeza
urbana, subsídio para financiamento para a classe médio, falta de
infraestrutura e equipamentos urbanos onde são feitos reassentamentos, produto
imobiliário de luxo e a falta de regulação do financiamento imobiliário são
alguns dos fatos que explicitam a incompreensão de que o déficit habitacional é
uma das resultantes dainjustiça social brasileira. Ela explica que em países como EUA e Canadá,
o governo esteve sempre planejando ações para superar déficits previsíveis com
as mudanças na economia e nas relações de empregador e empregado.
Análise
Crítica:
O
quadro atual explicado com fatos históricos do Brasil demonstra que, embora
haja muitas conquistas com o Estatuto da Cidade, principalmente com a instituição
da função social da propriedade, a visão abrangente de que o déficit
habitacional não é um problema individual e de pobreza, mas uma questão social,
de injustiça decorrente há anos, acompanhada de uma atuação insuficiente do
Estado, ainda é de poucos, quase que uma visão exclusiva dos técnicos
acadêmicos. Já que o Governo em todas as formas políticas durante todos os anos
idos não mostrou empenho para agir em contraponto ao mercado imobiliário e às
leis trabalhistas (como foi feito nos EUA e Canadá, citados no texto), para que
a população tenha de fato acesso ao mercado imobiliário, é preciso a divulgação
de forma mais clara para o conhecimento de toda a população para que a partir
daí, essa, se torne uma luta e uma reivindicação da maioria. Enquanto o trabalhador
não tiver a consciência que a sua vida pode ficar mais difícil com a casa que
ele tanto luta para adquirir do poder público, pois, poderá estar situada longe
do seu local de trabalho e longe da escola de seus filhos, ou enquanto não for
exigido do Estado a regulação do preço dos produtos imobiliários, dos salários
dos trabalhadores, etc., a opressão dos grandes capitalistas continuará sobre
qualquer iniciativa e boa intenção proveniente exclusivamente da administração
pública.
Zoneamento:
http://www.usp.br/fau/depprojeto/labcom/produtos/1999_vargas_organizacaoespaco.pdf
Resumo:
Através da apostila, HelianaComin
Vargas demonstra a diversidade da cidade que vai além da estrutura física e
visual da cidade. Mas deve ser vista como um sistema espacial. Assim ao longo
do texto a autora destaca cinco elementos que constroem a imagem da cidade, são
estes: sistema viário, bairros, marcos, limites e focos de atividades. Além da
composição volumétrica da cidade através de uma relação bidimensional. E também
de fatores como: relevo vegetação, clima, economia, tecnologia, política e
outros elementos.
Análise crítica:
É cada vez mais importantes desenvolver um olhar para a cidade que vá além apenas da estrutura física, pois quando se aprende a ler a cidade desenvolve-se um cidadão crítico que desperta um conhecimento e percebe as reais necessidades da cidade. As impressões sobre a cidade ofertam diferentes sensações, memórias, histórias e desenvolvem diferentes sentimentos que afetam cada indivíduo de forma diferente. Conhecer a cidade para além do visual que ela oferece mapeá-la para além de suas estruturas, nos estimula a ver a essência da cidade. É importante reconhecer que cada elemento da cidade como de infraestrutura, e das informações urbanas afetam a imagem coletiva da cidade. A qualidade urbana vai além do que é visível, não é só morfologia. Ela está ligada aos detalhes que a sociedade cria.
Representantes legais da cidade:
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/12/29/interna_vidaurbana,618797/conselho-de-preservacao-do-patrimonio-cultural-entra-em-atividade-unin.shtml
Resumo:
Uma
reportagem anunciando a criação, no estado de Pernambuco, do primeiro conselho
que tem por finalidade a discussão ampliada sobre a questão do patrimônio
público. Na participação desse conselho estão 7 representantes da sociedade
civil de diversas áreas, como: Arquitetos e Urbanistas professores,
pesquisadores e professores da área do turismo e cultura da região, um gestor
de restauro, que também é pároco e um Representante do Clube de Boneco Seu
Malaquias.
Análise
crítica:
Ter
representantes da sociedade civil na participação de discussões importantes
para a sociedade foi uma das conquistas do Estatuto da Cidade, que também foi
fruto de muitas lutas e discussões. Cada vez mais, tem ficado claro a
importância da pluralidade na discussão de questões de interesse público para
que as decisões sejam mais justas, mais abrangentes à população e para que não
fique estagnada na rotina racionalizada e burocrática da gestão pública. Por
isso, essa reportagem mostra que a criação do Conselho Estadual de Preservação
do Patrimônio Cultural de Pernambuco foi com certeza um ganho para toda a
população,não só por se tratar de um conselho especializado nas questões de
valorização da história de Pernambuco, mas por ser também um grupo formado por
diversos olhares e experiências que contribuem para a renovação das discussões.
TEMA 03:
Questão Social no Brasil:
Artigo: O Estatuto da Cidade Comentado. Capítulo: Movimentos populares e o Estatuto da cidade, p.23 a 34 - Evaniza Rodrigues e Benedito Roberto Barbosa.
Resumo:
O
capitulo 23 do Estatuto da Cidade comentado aborda principalmente todo o
processo de movimento de moradia no cenário das lutas sociais no Brasil.
Mostrando o desenvolvimento de propostas e de reivindicações junto ao poder publico
em ações diretas de ocupação de imóveis, na resistência a despejos e
reintegrações de posses, além da demonstração de novos programas habitacionais.
O capítulo também mostra toda luta para se construir o Estatuto, além da luta
para sua implementação.
Análise crítica:
Ao
falar de ocupações e de lutas habitacionais e de moradias lembra-se de quão
marginalizada é essa população e suas dificuldades para conquistas seus
direitos, porém grandes ocupações nas periferias das metrópoles impulsionaram
as organizações, e assim, conseguiram uma articulação entre as reivindicações
pontuais e as específicas, e os direitos à Cidade. Cada vez mais a política
habitacional do governo federal é criticada, por ser marcada pela exclusão das
famílias mais pobres e pela dificuldade de acesso a recursos e serviços
básicos. Dessa forma surge uma necessidade de melhorias. É possível ver que a
luta dessas famílias foi ganhando força e assim, foram conquistando seus
direitos. Pode se perceber o quão difícil é para a população de baixa renda
conquistar e ter acesso a questões básicas de direito de todo ser humano, já
que foram anos de batalhas para conseguirem o pouco que já conseguiram,
indicando também a importância das leis que tratam de assuntos específicos
quando se trata da cidade. Pois é a partir delas que esse povo, aos poucos tem
conquistado suas vitórias.
Planejamento Científico:
Livro: O Urbanismo de Françoise Choay. Capítulo III, p. 139 a 146
Resumo:
Ao
investir tempo na observação das grandes cidades da era industrial e ao
levantar dados científicos de várias fontes (jornais, estatísticas dos
governos, etc.) sobre os problemas dessas cidades, Friedrich Engels descreve
todos os absurdos de sobrevivência encontrados. Nesse capítulo o autor cita as
cidades de Saint Giles, Liverpool, Manchester e a “Pequena Irlanda”, nas quais
Engels identificou a segregação social da classe operária e nos seus
alojamentos situações repugnantes como: ruas estreitas sem drenagem de água e
saneamento sanitário, com poços de água suja, lixo espalhado, mau cheiro;
várias famílias morando em uma mesma casa ou até mesmo em um só cômodo, muitas
vezes sem banheiro, sem portas ou janelas, sujas e muito velhas; poluição do ar
pelas indústrias. Ou seja, vários aglomerações super adensadas de operários,
nas quais Engels diz se impossível alguém se sentir à vontade e em casa.
Para
ele, essa situação não é nova. Sempre existiu a opressão da classe trabalhadora
pela classe dominante. Essa crise do alojamento seria apenas o agravamento das
condições de moradias pelo brusco afluxo da população para as grandes cidades,
crise que atingiu até a pequena burguesia.
Porém,
Engels não criou nem defendeu nenhum modelo para resolver esses problemas. Para
ele era necessário uma revolução social que aconteceria em cada lugar de acordo
com as circunstâncias e que deveria lutar pela divisão justa dos bens
produzidos pela sociedade, seja o acesso a moradia para todos os membros da
sociedade pela expropriação de imóveis, seja a justa divisão de alimentos. Mas
para isso seria necessário acabar com o modo de produção capitalista, pois,
para Engels nenhum capitalista tem interesse em criar modelos bem-sucedido de
colônias para a classe de trabalhadores. Dessa forma, a solução da questão
social resolveria as questões de alojamento, mas em cada cidade e em cada época
as medidas a serem tomadas deveriam adaptar-se às condições existentes.
Análise
crítica:
Ao
fazer uma abordagem científica, baseada não só em dados, mas também na própria
vivência, Engels faz análises importantes da sociedade da sua época, não se
atendo ao óbvio, mas buscando entender as causas profundas (sociais e
econômicas) de problemas escancarados como a precariedade de sobrevivência da
classe trabalhadora. Tentando fugir de modelos utópicos, ele instiga até hoje o
pensamento criativo sobre como resolver problemas sociais, para assim, subsidiar
intervenções urbanísticas. Apesar de muitos (depois dele) terem criado modelos
urbanísticos que não levam em consideração os problemas sociais e ambientais,
Engels influenciou outros pensadores (como Marx) e movimentos sociais que
desenvolveram a teoria de que para resolver problemas urbanísticos é
imprescindível ter como carro chefe a solução de problemas sociais. Luta essa,
política e econômica, que vem se arrastando pelos anos, enfraquecida aqui,
rememorada ali e, como Engels previu, em cada canto e em cada época usando
artifícios diferentes em favor do bem comum.
TEMA 04:
Surgimento e formação de ocupações:
Resumo:
A reportagem mostra como a injustiça social e a
distorção econômica são expressões de conflitos socioambientais urbanos. Retratando e explicando como que essa crise
socioambiental, tem trazido consequências para cidades, ao formar favelas em
beiras de córregos e em área ambientalmente frágeis. O texto faz uma critica a
cidade que não tem infraestrutura e nem capacidade de coibir as ocupações,
trazendo graves problemas ao potencializar a degradação ambiental.
Analise
crítica:
Os problemas habitacionais não são questões
recentes, eles surgiram desde a formação das cidades. Desde que as cidades
começaram a crescer notou-se uma necessidade de organização dos espaços urbanos
para suprir a demanda habitacionais crescente. Desde então, surgiram problemas
e conflitos socioambientais urbanos. A falta de infraestrutura fez com que
grande parte da população fosse marginalizada e vivendo em áreas de riscos,
como a beira de córregos e em outras áreas frágeis. Porém nota-se que apesar de
ser uma questão antiga, tampouco tem se resolvido: percebe-se cada vez mais uma
incapacidade dos governantes em resolvê-los. Ao ignorar esses problemas,
faze-os se agravar trazendo consequências não só a população exposta a essas
fragilidades como também há uma grande degradação ambiental, além de um
problema mais amplo já que é um problema não só dos habitantes que vivem nessas
condições como também de toda sociedade, pois envolve a cidade por inteiro.
Livro: A estética da ginga: a arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. Capítulo: O Crescimento das favelas, p. 105 a 108 - Paola Jacques.
Resumo:
Nessas
páginas, Paola Jacques faz uma analogia do nascer e desenvolver das favelas com
o nascer e o espalhar do mato. Ela diz que, apesar da palavra favela vir do
nome de um arbusto, as favelas se dão de forma mais parecida com o mato
indesejado que brota nos enclaves artificiais, como em buracos de um calçamento
ou entre a rachadura de uma parede. Dessa forma, ela separa a cidade em cidade
artificial e cidade natural, onde a cidade artificial é formada por bairros
planejados e construídos pelas empresas do ramo imobiliário. Já a cidade
natural é formada por esses assentamentos espontâneos, precários, que brotam da
necessidade de morar e encontram lugares abandonados pelas empresas, geralmente
caros demais para se construir por se tratar de encostas muito íngremes. Nesses
lugares, a dinâmica da cidade natural acontece de forma contrária à da cidade
artificial, pois, além dos centros delas se encontrarem nas beiradas, ou seja,
no limite das favelas e dos bairros convencionais, as favelas estão em
constante transformação e expansão.
Análise
crítica:
Paola
Jacques faz uma análise poética e filosófica muito interessante do
desenvolvimento das favelas, transmitindo, paradoxalmente e concomitantemente,
o encanto irradiado pela luta das pessoas que ocupam esses lugares e o desencanto
desse problema de falta de moradia que não se trata de problemas individuais,
mas de uma crueldade sutil da sociedade como um todo. Problema social
desconhecido como tal por boa parcela da população. Uma luta travada há anos
por poucos, mas significativos estudiosos que se atentaram à dor dessa classe
desfavorecida e esquecida até pelo poder público.
Sentindo-se
culpados e abandonados à própria sorte, as pessoas que invadem áreas dentro dos
enclaves urbanos, sofrem preconceito até pela população de baixa renda que
vivem nos bairros convencionais, próximos das favelas. Por isso, é de suma
importância que essa luta seja abraçada por pessoas de todas as áreas da
sociedade, até que se torne um apelo/exigência de igualdade e justiça pela
maioria da população para com a gestão pública e empresários imobiliários.
TEMA 05:
Ocupações e serviços básicos:
Resumo:
O texto aborda a
reunião de ocupações urbanas com secretarias da Prefeitura de Belo Horizonte
para a regularização dos serviços públicos básicos.
É afirmado na reportagem que apesar de o saneamento básico ser um direito
universal, a prefeitura de BH se nega a reconhecer esse direito às ocupações
urbanas, muitas delas são consolidadas há mais de 5 anos. E por lutarem por
moradia digna, essas família têm sito excluídas social e politicamente, já que
o município não soluciona os problemas das ocupações.
Análise Crítica:
A maior luta das ocupações urbanas é a garantia por
direitos básicos, diretos, estes, que perante a lei devem ser garantidos a
todos os cidadãos, independentemente de classes. Porém, ainda existe uma enorme
luta para a garantia desses, tais como: acesso eletricidade e saneamento
básico. O desleixo das autoridades diante da população necessitada é de
provocar revolta, já que desde as formação das cidades esse é um tema bastante
discutido.
Percebe-se, porém que nem com reuniões com prefeitos e vereadores há a
regularização desses serviços, essa movimentação lenta tem provocado muitos
prejuízos a cidade e ainda assim nada é feito. Devido a essa dificuldade, na
maioria das vezes os habitantes das ocupações têm que improvisar esses
serviços, na maioria das vezes de forma até ilegal, como o famoso “gato” e
improvisando foças. Essa luta se torna cada vez mais difícil quando o restante
da sociedade fecha os olhos pra esta situação, que é um problema não só de quem
sofre, mas de toda sociedade. Como pode ser visto nas ocupações de Timóteo, em
que os moradores que vivem perto das ocupações do limoeiro vivem revoltados com
a falta de energia provocada na avenida e as vezes até em casas, devida aos
“gatos” que a população das ocupações fazem.
Porém é muito importante que todos tenham a consciência que essa briga que não
se deve lutar sozinha, a sociedade tem q se unir para cobrar das autoridades a
conquista desses direitos.
http://www.archdaily.com.br/br/01-157760/urbanizacao-do-complexo-cantinho-do-ceu-slash-boldarini-arquitetura-e-urbanismo
Resumo:
Trata-se
de um projeto de revitalização de três assentamentos precários (Residencial do
Lagos, Cantinho do Céu e Gaivotas) consolidados na cidade de São Paulo,
localizados em are de proteção ambiental, nas margens da represa Billings que
abastece a região Metropolitana de São Paulo. O projeto é de 2008 e inclui
correção de riscos encontrados, condições para a regularização da titularização
de propriedade dos imóveis, obras urbanísticas de infraestrtura, mobilidade,
recuperação das áreas verdes e de integração entre a comunidade residente nos
assentamentos (com áreas públicas e construção de equipamentos comunitários) e
dela com a população limítrofe.
Análise
crítica:
As
obras e as demais ações desse projeto demonstram profundo respeito às condições
atuais e necessidades atuais e futuras da comunidade residente na área. Por
isso, trata-se de um projeto com uma linha de pensamento bem contemporânea.
Isso é constatado nas obras de infraestrutura que levaram em consideração as
construções existentes, a necessidade de remoção de algumas construções (não
por motivos de limpeza como se pensava no urbanismo moderno, mas por causa da
situação de risco e de prejuízo às águas da represa Billings),as obras de
mobilidade que interliga a comunidade com a cidade formal (facilitando as
dinâmicas de penduralidade existente principalmente em relação à população da
área dos assentamentos), nas construções de áreas públicas (áreas destacadas no
projeto pelo arquiteto, com o fim de mostrar a preocupação com o
desenvolvimento digno da vida social dos moradores da área).
Além
disso, outra preocupação importante que o projeto apresenta é com a
possibilidade de futuras invasões. Por isso, ao analisar o projeto, é possível
perceber uma demarcação, com obras de mobilidade e áreas públicas funcionais
que dificultam o processo de expansão por invasões, além de garantir a
preservação das áreas verdes. Por fim, é importante ressaltar a qualidade das
área públicas projetadas, com funcionalidades de apropriação, desenvolvimento
do sentimento de pertencimento, permitindo expressões culturais e garantindo a
segurança das pessoas e o envolvimento positivo delas com a área de
preservação.
TEMA 06:
Lutas sociais na formação das cidades:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-64451989000100010&script=sci_arttext
Resumo:
O autor do texto, faz uma analise do livro Paz e
Terra de Lucio Kowarick. Ao longo do texto ele explica a forma em que Lucio
aborda as lutas sociais, explicando como os temas abordados no livro mostram os
contrates vividos na cidade e as tensões do que é feito e do que se deve fazer,
entre o passado e o presente e o contraste entre a opulência e a pobreza e como
isso resulta nas lutas enfrentadas pela cidade.
Análise
crítica:
Os problemas habitacionais, que vergonhosamente,
ainda existem nas cidades, são um reflexo de uma sociedade que viveu períodos
de crises e em períodos de muitas lutas, porém tudo se iniciou num periodo
pós-escravocrata. Desde o período em que a Princesa Isabel assinou a lei áurea
e não criou medidas de ressocialização dos escravos, estes tiverem que viver a
margem da sociedade, assim então, foram formando os cortiços e favelas, onde
não haviam nem um pouco de dignidade que restasse a esse povo. No Brasil, ainda
houve outros momentos na história que colocasse parte da população
marginalizada, como o período pos guerra e o período de lutas operárias. Nesse
ponto é preciso ver entender importância de uma boa representação política, já
que sua gestão tem poder para discriminar e ignorar um povo, mas tem também o
poder de tirá-los da situação em que se encontram.
http://www.archdaily.com.br/br/01-12832/classicos-da-arquitetura-conjunto-residencial-prefeito-mendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy
Resumo:
Conhecido
como Pedregulho, o conjunto residencial Prefeito Mendes de Morais, é um projeto
do Arquiteto e Urbanista Affonso Eduardo Reidy, criado no ano de 1947 para o
bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O projeto foi criado para abrigar os
funcionários do então Distrito Federal e compreende além do sinuoso prédio em
pilotis com 272 unidades residenciais (com 2 tipologias – 1 e 2 quartos), um
posto de saúde, abastecimento, Lavanderia coletiva (com máquinas importadas da
Alemanha), escola-ginásio-vestiários e centros comerciais, tudo isso, baseado
nas 4 funções da cidade:habitar, trabalhar, cultivar o espírito e o corpo e
circular. Além disso, o projeto previa a interligação dos grupos habitacionais
com o sistema de transporte.
Porém,
o projeto inicial contava com outros blocos residenciais que sequer foram
iniciados. Além disso, a avenida que hoje corta o bloco Pedregulho tinha a
previsão de situar-se em outro local.
Análise
crítica:
Esse
projeto foi escolhido para o tema “Lutas sociais na formação das cidades” por
representar tão bem as dificuldades encontradas na concretização íntegra de
projetos tão completos como esse. Digo completo por atender toda a complexidade
de um projeto arquitetônico que responde todos os desafios intrínsecos ao local
e aos recursos disponíveis. Há 69 anos, Reidy concebe uma arquitetura tão
verdadeira a seu tempo e, ao mesmo tempo, com princípios muito discutidos na
contemporaneidade, pois o complexo residencial com os vários equipamentos
públicos apresentados e sua localização, revelam a preocupação do arquiteto e
sua responsabilidade com o dia-a-dia dos moradores do bloco. Trata-se de
oferecer não apenas um número de unidades para essas famílias, mas um local
perto do trabalho que promova o bem-estar social. Por isso, Reidy criou uma
lavanderia comunitária. Ele tinha a intenção que as mulheres tivessem mais
tempo para a família e para o trabalho.
Com
o passar do tempo, esses princípios estão cada vez mais difíceis de serem
empregados em projetos arquitetônicos e urbanísticos. A quantidade, e não a
qualidade, parecem ser o foco. Reidy também teve que confrontar seus superiores
para a concretização de seus projetos e, mesmo entregando o projeto completo do
complexo, o mesmo não foi construído em sua totalidade e teve o posicionamento
de uma avenida desrespeitado, sendo colocada transversalmente ao bloco do
Pedregulho. Tudo isso revela que projetar conjuntos habitacionais é um grande
desafio, tanto no que se trata de questões técnicas e naturais como a
incorporação da topografia, da paisagem e do clima, como também de questões
socioespaciais para o entendimento das dinâmicas sociais. E, por último, e
talvez o maior desafio, é sempre levar em consideração que haverá sempre
interesses contrários e negativos à realização da construção, às vezes, vindo
infelizmente, do poder público.
TEMA 07:
Políticas habitacionais:
http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/download/adauto_desig_urb_polhab.pdf
Resumo:
O
autor inicia o artigo explicando sobre as desigualdades e chega até o assunto
principal do texto que é a desigualdade urbana, gerada através da falta de
acesso a moradia que é a realidade de alguns cidadãos de baixa renda. Durante o
texto é retratado através da história sobre o direito a habitação, mostrando
toda essa luta e a dificuldade existente da garantia desse direito.
Análise crítica:
A
abordagem do texto do Lucio é muito interessante ao mostrar a partir da
história a trajetória e luta pelo direito a habitação. Ele amplia esse conceito
de desigualdade e nos mostra como que a população menos afortunada simplesmente
caiu a margem da sociedade e como consequentemente sempre fica com o “resto”.
Desde o inicio do desenvolvimento das áreas urbanas existe esta necessidade de
luta por garantia de melhores espaços e condições de moradia, porém garantir
esse direito tampouco foi fácil, como até hoje não o é. Assim foi necessário
criar leis e também estatutos, como o estatuto da cidade que abordam esse tema
e propõem como se deve lidar com tais situações. Apesar de tudo que já foi
garantido e realizado, há ainda um longo caminho e uma batalha muito grande
para se lutar, pois ainda há muitos direitos a se conquistar e muita melhorias
a se fazer.
Mutirão autogerido:
http://www.archdaily.com.br/br/767957/usina-25-anos-mutirao-paulo-freire
Resumo:
Projeto
e construção de moradia de interesse social através de mutirão autogerido na
cidade de São Paulo, organizado pela Associação Paulo Freire, filiada ao
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Leste 1 (MST Leste 1), por sua vez
vinculado à União dos Movimentos de Moradia (UMM). Foram 3 anos (1999 a 2002) o
período que durou das primeiras conversas, manifestações, negociações, até a
conquista do terreno e o início do projeto. O terreno era relativamente
pequeno, com elevado aclive e a Prefeitura não queria abrir mão de seu projeto
para as residências, onde a maioria das fachadas estariam voltadas para sul e
cada unidade tinha 42m². Porém, depois de muita resistência e participação da
população, foi aprovado o projeto com 5 tipologias diferentes (2 e 3 quartos)
com 56m² e estrutura pré moldada de aço. O período da construção foi de 2003 a
2010 por causa da demora de liberação de recursos por parte da Prefeitura, o
mutirão autogerido teve mão-de-obra complementar e o número total de famílias
beneficiadas foi 100.
Análise
crítica:
O
mutirão Paulo Freire é, junto com outros mutirões espalhados pelo Brasil, o
testemunho de que a produção de moradia de interesse popular não é prioridade
na agenda dos gestores públicos visto os números absurdos do déficit
habitacional no Brasil e os comparando com as dificuldades enfrentadas pelos
grupos de mutirões autogeridos para a consolidação de projetos como esse que,
além do tempo (11 anos), é preciso a união de muitos braços (colaboradores)
para que a luta se torne possível. Apesar disso, é também admirável o amor com
que os colaboradores participam do processo. Digo isso pelo fato desse projeto
ter sido tão bem pensado mesmo diante de tantos percalços que foram colocados.
Por exemplo, o aço pré-moldado foi escolhido para a estrutura não só por
questões de viabilidade, mas sim por uma questão de iluminação/ventilação.
Pois, sendo um material que permite grandes vãos, foi possível deixar algumas
partes suspensas, deixando o prédio mais permeável à luz do sol e à ventilação
para garantir o conforto térmico. Para contribuir também com esse requisito, as
plantas foram repensadas, junto com a comunidade, em 5 tipologias. Houve também
uma preocupação para que a topografia deixasse de ser um problema e se tornasse
uma solução para maior verticalização dos prédios, através do escalonamento do
mesmo e, permitindo assim, o acesso por vários pavimentos. Apesar do longo
período de espera e luta, os atuais moradores puderam participar de cada etapa.
Isso faz com que haja um sentimento de pertencimento e de cuidado coletivo
muito forte, essencial para o desenvolvimento do bem-estar social.
TEMA 08:
Questão Metropolitana no Brasil:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142003000100007&script=sci_arttext&tlng=pt
Resumo:
O texto aborda sobre a questão da gestão urbana e
gestão da agua da Bacia do Alto Tietê, pois sua delimitação física quase
coincide com a região Metropolitana de São Paulo, retratando a dificuldade e as
urgências do processo de articulação e integração estáveis entre as praticas da
gestão urbana e gestão das águas.
Análise Crítica:
Existe um importante fator que deve ser mais
abordado na cidade que é o de gestão integrada, e a importância de funções
públicas de interesse comum. Um grande exemplo é a da Bacia do Alto Tietê, que
passa por dificuldades e tem urgência no processo de articulação estre os
municípios. O controle de
poluição em fontes, a ampliação das capacidades estruturais de tratamento dos
efeitos, são elementos de gestão integrada que cada vez mais se aplicam ao caso
das bacias urbanizadas.
Tudo
isso mostra a necessidade da integração urbana nas decisões da cidade, não
apenas para gestão das águas, mas para gestão urbana em geral e para melhor
funcionamento da metrópole.
A
organização de uma cidade deve pensar nas necessidades de seus habitantes.
Casos como o do vale do aço em que os habitantes transitam por todas as cidades
em um dia: trabalham em uma cidade, estudam em outra e moram em outra, os
governantes devem observar esse tipo de demanda pra melhor organização da
cidade e para melhor uso da sociedade. Assim, é preciso pensar em questões
como: hospitais, escolas, transportes públicos, comércios e todo os outros
serviços da cidade.
http://www.nepo.unicamp.br/publicacoes/livros/vulnerabilidade/arquuivos/arquuivos/vulnerab_cap_10_pgs_275_304.pdf
Resumo:
Estudo
das dinâmicas urbanas da RMC (Região Metropolitana de Campinas) através da
análise das características socioeconômicas de seus vetores de expansão e a
relação entre eles. A RMC (Região Metropolitana de Campinas) é formada por 19
municípios e seu processo de expansão teve início na década de 70 com a
interiorização da indústria, atraindo população e investimentos. Em Campinas,
essa década foi o período de crescimento industrial mais intenso e com o
acelerado processo de urbanização, surgiram favelas e
vários loteamentos irregulares e clandestinos, desencadeando a periferização
pobre principalmente no vetor 8 (centro) e nos vetores 1 e 2 (a oeste de
Campinas).
Com
os impactos do declínio econômico e com as novas tecnologias de informação, os
grandes empreendimentos (de habitação para as classes elevadas e grandes
empresas) viram a oportunidade de escolherem outras localizações, longe das
aglomerações centrais, regeitando os espaços públicos e privatizando espaços
coletivos, surgindo assim, grande número de condomínios fechados e empresas
modernas nos vetores 3, 4 e 5 (norte e leste).
Já
em 1990, a instalação de comércio e serviços para essas novas aglomerações,
começou a marcar a nova etapa de urbanização, caracterizada pela dispersão da
população e dos empreendimentos ao longo dos principais eixos viários,
estabelecendo comunicação com o centro e favorecendo a aglomeração e concentração
nessas regiões. Dessa forma, o crescimento populacional está cada vez maior nos
vetores, e menor no centro. O vetor com maior concentração populacional é o 2,
onde está o sub-centro metropolitano na cidade de Americana que exerce forte
influência nas cidades adjacentes. Já no centro de Campinas, a expectativa é
que o crescimento continue apresentando valores negativos.
No
entanto, há dois tipos de expansão urbana na RMC. O primeiro, nas áreas onde há
o remanescente do ciclo industrial tradicional e concentração fabril, a
noroeste e sudoeste de Campinas, especialmente nos vetores 1, 2 e 7, que se
constitui de forma precária, ocupando os espaços vazios, quase que
ininterruptamente, e apresentando as maiores taxas de crescimento populacional
e adensamento urbano. E, o segundo é marcado pelo processo global de
reestruturação produtiva, pela oferta e busca de empreendimentos habitacionais
de alto padrão - principalmente condomínios fechados - alto preço da terra,
especialmente nos vetores 3 e 4. Nesses, o padrão de expansão acontece de forma
espraiada, descontínua - pela facilidade de mobilidade da população - com a
mancha principal de urbanização, menos adensado e mais controlado pelo poder
público local.
Já o
centro, vetor 8, apesar de apresentar perda populacional, demonstra afirmar sua
hegemonia na metrópole ao verificar-se que há uma tendência de concentração de
atividades administrativas, de trabalho qualificado, de poder político e
irradiação de conhecimento e cultura, voltado para o capital globalizado.
O
estudo sobre a pendularidade na RMC mostrou que em todos os vetores predomina
as viagens feitas dentro da própria zona; que o segundo destino de todos os
vetores(exceto do 8) é para o centro metropolitano, sendo que a maior parte da
população que se movimenta para lá pertence ao vetor 2; que o segundo destino
da área central é o vetor 2 e que, há também, forte interação entre todos os
vetores.
Em
relação à oferta de emprego, a centralidade 8 tem a tendência de continuar
sendo a principal localização de oferta de emprego e de serviço. Porém, apesar
de ser uma região metropolitana equilibrada, com infra-estrutura invejável e
com a maior aglomeração industrial, verifica-se que foi previsto para o ano de
2015 um aumento relativo de oferta de
emprego por habitante apenas para o vetor 8, chegando a 0,9 e, o valor
mais alto entre os demais vetores previsto para o mesmo ano é de 0,45.
Portanto,
essa população que apresenta vários polos urbanos homogêneos e que entre si são
socialmente e altamente desiguais, também apresenta alto número de
deslocamentos diários e, por isso, precisa rever suas políticas urbanas com o
fim de promover melhorias nos assentamentos precários e conter a expansão
desigual da modernização.
Análise
crítica:
O
presente artigo retrata muito bem o processo de urbanização da Região
Metropolitana de Campinas ao buscar na história de expansão da região as
origens dos problemas presentes, principalmente a desigualdade social pela
exclusão e segregação da população de baixa renda, apontando que, se não forem
tomadas das devidas providências, esses problemas tendem a intensificar. Além
disso, as autoras relacionam dados científicos (artigos, livros e dados de
pesquisas) apresentando mapas importantes de localização dos tipos de
empreendimentos na região, de localização dos principais eixos, vias e das
regionalidades. A partir desses dados, elas fazem considerações interessantes a
serem observadas pelo poder público.
Um
deles, é o fato do alto preço da terra nas áreas providas de empreendimentos de
alto padrão que estimulam ainda mais a segregação ao atrair somente as classes
média e alta e mais empreendimentos do mesmo nível.
Além
do que, com a reestruturação do mercado produtivo e, apesar da importância
regional das indústrias e fábricas do setor primário e secundário no vetores 1,
2 e 7 (regiões de Indaiatuba, Hortolândia e Americana), há de se estimular a
instalação de empresas e indústrias com tecnologias mais avançadas para
incentivar o desenvolvimento dessas regionalidades que apresentam a tendência de
se consolidarem como cidades dormitórios. Além disso, esse estímulo por parte
do poder público, pode aumentar a oferta de emprego por habitante e diminuir os
deslocamentos diários, já que os habitantes dessas áreas são os que fazem mais
viagens dentro da própria região e também para o centro (vetor 8).
Outro
agravante do alto número de deslocamento diário casa-trabalho, principalmente
pela população de baixa renda, está no fato de que as principais vias que
cortam a RMC formam um desenho radial. Apesar da autora dizer que a estrutura
viária da região é invejável, os dados da pesquisa mostraram que existe forte
pendularidade entre as regionalidades, e por não haver anéis viários (avenidas
perimetrias), o fluxo de interligação das centralidades é concentrado no
centro, não havendo melhor articulação entre os vetores. O próprio centro já
atrai muitas viagens por ser ele o principal polo de irradiação de conhecimento
e cultura. Por isso, seria interessante que houvesse pelo menos um anel viário
para aumentar a integração das regionalidades, principalmente do leste com o
oeste de Capinas; para diminuir a distância casa-trabalho; e, para estimular a
modernização nos vetores com assentamentos mais precários (1, 2 e 7).
Contudo,
quando as autoras discorrem sobre as “transformações na estrutura urbana atual
e desafios futuros” apresentando os dados socioeconômicos, dinâmicas
demográficas, etc., vê-se a falta de consideração do meio ambiente, sendo que,
por mais que as áreas urbanas disponham de áreas verdes suficientes para o
bem-estar da população e para a própria manutenção dos recursos naturais, nesse
tipo de abordagem é necessário que seja feito pelo menos o levantamento das
áreas verdes que correm risco de serem parceladas e ocupadas, usando esses
dados como desafios presentes e futuros de proteção. Isso, principalmente por
se tratar de uma população que cresce rapidamente, não somente ocupando as
áreas livres dentro da malha urbana, mas também se expandindo dispersamente
entre as regionalidades.
TEMA 09:
Questão Metropolitana no Vale do Aço:
http://aconteceunovale.com.br/portal/?p=70799
Resumo:
A reportagem aborda a aprovação
da Agência de Desenvolvimento Metropolitano do Vale do Aço (ARMVA) por meio do
Conselho Deliberativo da RMVA, o regimento interno e o Edital de Convocação da
Sociedade Civil para a III Conferência Metropolitana. Durante o texto é
abordada a importância de tal conferencia para a discussão do estatuto da
metrópole no planejamento das regiões.
Análise crítica:
A organização da cidade, e a
união de conselhos são fundamentais para o desenvolvimento e crescimento de uma
cidade. Organizar conferencias têm um poder não só de dar espaço da população
para discutir temas que os envolve, como também em um momento em que lideres
podem propor sugestões de melhorias, explicar como está sendo feita a gestão da
cidade. Assim como é mostrado no texto é de suma importância ter esse momento
sobre a reflexão sobre o Estatuto e suas implicações no planejamento da
metrópole e a importâncias da discussão e apresentar as leis que norteiam as
ações do município à população.
Diagnóstico da RMVA por eixo temático Ordenamento Territorial - Subproduto S2.1a. Desenvolvimento Integrado - PDDI RMVA. Agosto de 2014.
Resumo:
A reportagem aborda a aprovação
da Agência de Desenvolvimento Metropolitano do Vale do Aço (ARMVA) por meio do
Conselho Deliberativo da RMVA, o regimento interno e o Edital de Convocação da
Sociedade Civil para a III Conferência Metropolitana. Durante o texto é
abordada a importância de tal conferencia para a discussão do estatuto da
metrópole no planejamento das regiões.
Análise crítica:
A organização da cidade, e a
união de conselhos são fundamentais para o desenvolvimento e crescimento de uma
cidade. Organizar conferencias têm um poder não só de dar espaço da população
para discutir temas que os envolve, como também em um momento em que lideres
podem propor sugestões de melhorias, explicar como está sendo feita a gestão da
cidade. Assim como é mostrado no texto é de suma importância ter esse momento
sobre a reflexão sobre o Estatuto e suas implicações no planejamento da
metrópole e a importâncias da discussão e apresentar as leis que norteiam as
ações do município à população.
Diagnóstico da RMVA por eixo temático Ordenamento Territorial - Subproduto S2.1a. Desenvolvimento Integrado - PDDI RMVA. Agosto de 2014.
Resumo:
As
primeiras ocupações na região (depois dos índios botocudos) foram nas margens
do Rio Piracicaba através de assentamentos dos trabalhadores da EFVM, e após,
pela instalação das indústrias siderúrgicas (Acesita e Usiminas), surgindo
assim, bairros planejados, bem estruturados e servidos de equipamentos
comunitários.
Com
o passar do tempo, a região foi ganhando destaque e atraiu outras pessoas, como
comerciantes que se aglomeraram em áreas desprovidas de infraestrutura e
equipamentos urbanos, vivendo em condições precárias, em áreas de risco, como
por exemplo, nas encostas de morros. Com a emancipação de Ipatinga e Timóteo,
Coronel Fabriciano se consolidou como Cidade Dormitório, abrigando os
assentamentos mais precários.
A
ideia de criação da RMVA nasce em 1964, passando por transformações e se
definindo como é hoje (Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e
Timóteo, compondo a RMVA, circundada pelo Colar Metropolitano formado por 22
municípios) apenas em 1989, formando (RMVA e colar) uma população de mais de
715 mil habitantes.
Hoje,
a RMVA se caracteriza por ser uma região muito adensada, tendo a maior parte da
população uma renda de até 3 salários mínimos, com assentamentos precários,
expansão da malha urbana em direção às áreas verdes e um déficit habitacional
considerável. Há também, uma intensa dinâmica entre os habitantes da Região e
da Franja. Porém, como em Ipatinga se tem as centralidades de melhor
desempenho, seguida por Coronel Fabriciano, o fluxo de pessoas é mais intenso
para essas cidades.
A
equipe também sinalizou áreas de interesse metropolitano que, assim como as áreas
previstas para os novos distritos industriais, visam a formação de novas
centralidades, diversificação de atividades e o desenvolvimento da região.
Porém,
devido à falta de áreas para expansão urbana, presença de áreas verdes de
grande importância, especulação imobiliária e a desatualização da maior parte
das leis de regulação urbana dos municípios, há uma preocupação não só com o
crescimento desordenado e o agravamento das irregularidades urbanas dentro da
RMVA, mas também, fora dela, nos municípios que compõe a franja, por estes
terem mais dificuldade de regulamentação,fiscalização e criação de uma gestão
que compreenda toda a dinâmica entre as partes. Isso porque, como há uma alta
pendularidade dos habitantes desses municípios da franja (Antônio Dias, Belo
Horiente, Bom Jesus do Galho, Caratinga, Ipaba, Jaguaraçu e Marliéria) com a
RMVA, há também, uma estrita relação de dependência por causa das influências
das ações desses com aqueles, e vice-versa. Outra preocupação está também na
conservação das áreas verdes dos municípios da franja, que dispõem de áreas
consideráveis.
Análise
crítica:
Com
o diagnóstico elaborado pela equipe do PDDI, é possível perceber que há uma
necessidade de gestão de um estudo aprofundado que acompanhe as dinâmicas que
acontecem na região e que são responsáveis por consequências futuras. Ou seja,
é necessário que os municípios compreendam as causas dos problemas atuais e
estudem a melhor maneira de conduzir o crescimento com uma visão que abranja o
que acontece no todo – RMVA e colar, mais especificamente na franja.
Para
isso, o próprio diagnóstico já aponta algumas necessidades urgentes, como a
atualização das leis urbanísticas de todos os municípios da RMVA e da franja,
abarcando a previsão de despolarização do centro (sul de Ipatinga) para as
margens (limites de Santana do Paraíso com Ipaba e Caratinga e, limites de
Coronel Fabriciano e Timóteo com Antônio Dias, Jaguaraçu e Marliéria). A
concretização dessa despolarização, criando novas centralidades, se dará com a
efetiva implantação dos novos distritos industriais e de empreendimentos nas
áres de interesse metropolitano, pavimentação da MG 760 e duplicação da BR 381.
Porém,
para que não haja o agravamento dos problemas existentes na RMVA e nos
municípios da franja, como déficit habitacional, falta de infraestrutura, como
sistema viário e espaço livre de uso público, segregação espacial (expansão
urbana na franja) e o comprometimento das áreas verdes, principalmente o PERD,
têm-se a necessidade de conduzir os esforços abarcando a função social da
cidade e da propriedade e o desenvolvimento sustentável, previstos no Estatuto
da Cidade.
Trata-se
não só de “prevenir para não remediar”, mas de remediar ao mesmo tempo em que
se previne, pois, como já foi dito, há problemas urgentes a serem resolvidos e
outros que vão surgindo no horizonte. É preciso resolver os atuais “preparando
o terreno” para que, o que a princípio pareça vir de forma negativa, como os
novos assentamentos nos municípios da franja, tenha a possibilidade de contribuir
para o desenvolvimento ordenado das cidades, para que a região vá se formando
aos poucos em um local em que haja igualdade na oferta dos serviços públicos e
privados.
Para
isso, foram abordadas não só pela equipe do PDDI, mas também pela
comunidade, algumas possíveis intervenções e investimentos
que, a meu ver, merecem destaque. São elas: ampliação de uso da ferrovia para
transporte de passageiros, através do VLT (veículo leve sobre trilhos), que,
apesar de ser mais caro que o sistema BRT, necessita de menor área urbana para
sua implantação, além de não atrair a expansão clandestina e desordenada como a
pavimentação de avenidas. Além disso, o sistema de transporte VLT poderia
contribuir para a instalação das novas centralidades e diminuir o tempo de deslocamento
casa-trabalho. Para isso, é necessário levar em consideração todas essas novas
centralidades, distritos industriais previstos e o atendimento de todos os
assentamentos mais dispersos e mais adensados, além de estudar a melhor forma
de integração aos demais sistemas de transporte público. É um investimento que
deve ser melhor discutido e analisado, pois apresenta bastante potencial, visto
que indica solucionar questões sociais e ambientais.
Outro
investimento interessante para a RMVA e para os municípios da franja é o
turismo ecológico e rural, dado que toda a região é provida de áreas verdes,
vales, montanhas, nascentes, corpos hídricos, fazendas, etc.. Esses locais já
são visitados, mas não são conhecidos pela maior parte da polução. Se houvesse
investimento no turismo interligado entre os municípios, haveria o crescimento
do sentimento de pertencimento por parte da população. Assim, além de ajudar na
preservação das áreas verdes e contribuir para a diversificação da atividade
econômica, surgiria uma forma de recreação interligada e acessível a todos da
região.
Além
desses, há de se prever nos planos diretores instrumentos voltados para
superação do déficit habitacional não somente a partir dos dados atuais, mas
buscando atender as consequências do esperado crescimento econômico, pois, como
foi mencionado no diagnóstico, as pressões exercidas pelo mercado da construção
civil é muito forte e segue no sentido contrário aos objetivos do Estatuto da
Cidade, visto que fomenta a especulação imobiliária nos principais centros
contribuindo para a segregação espacial.
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